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BIO

Felipe Lion nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Neto de violonista e filho de um casal de pequenos editores, foi incentivado desde cedo a experimentar todas as formas de arte como parte obrigatória de sua formação. Aos 10 anos, agora morando em São Paulo, começou seriamente seus estudos de música: piano, violão e teoria musical na Escola Municipal de Música, mas foi a literatura que realmente o direcionou definitivamente para a carreira artística. Ao ver uma matéria de jornal sobre a Academia Juvenil de Letras paulista (AJL), reuniu meia dúzia de poemas recém escritos – na verdade seus únicos poemas – e se candidatou a uma das cadeiras que estava sendo posta em disputa. Para sua surpresa foi um dos eleitos, o mais novo deles, passando a ter contato direto com as principais figuras da cena literária e jornalística da paulicéia do começo dos 80.

Pela sala que a AJL ocupava na Biblioteca Monteiro Lobato circularam nomes marcantes da época, como Ignácio de Loyola Brandão, Ivan Ângelo, Torrieri Guimarães, Lourenço Diaféria, Marcos Rey, Guilherme Arantes e muitos outros. Lá eram realizadas palestras, leituras, workshops e diversas outras atividades literárias. Nesse período, Felipe Lion começou a publicar contos e poemas em revistas literárias e jornais, como a Folha de São Paulo, que chegou a dar uma página inteira do seu caderno infantil, o extinto Folhinha, para o seu conto O Peixe Voador. Publicou também dois livros de poemas: Berração Antologia do Lixo.

Aos 17 anos se apaixonou por uma bailarina e pelo Ballet Clássico, direcionando todo o seu foco e energia para essa arte com o objetivo de tornar-se bailarino profissional. Estudou no Brasil com Aracy Evans, Ilara Lopes, Jorge Peña, Liliane Benevento e Jane Blauth, entre outros, e aprimorou seus conhecimentos com uma temporada na escola do Ballet Nacional de Cuba. De volta ao Brasil, criou com um grupo de jovens o Ballet Camerata Paulista. Quando depois de alguns anos a companhia acabou, basicamente por falta de patrocinadores, Lion então se viu no dilema entre deixar o Ballet ou seguir carreira no exterior, deixando para trás a família e os amigos. Optou por abandonar as sapatilhas, não sem antes aceitar um último trabalho no musical Elas por Ela estrelado por Marília Pêra.

 

Após deixar a dança Lion voltou suas energias novamente para a música e criou com o guitarrista Robert Scherb e o baixista Celso Freire, a banda de art-rock Sex Fanzine. As músicas densas e teatrais do Sex fizeram tanto sucesso na cena underground paulistana que garantiu à banda apresentações regulares em todas as principais casas noturnas do inicio dos anos 90, como as lendárias Dama Xoc e Aeroanta. O Sex nunca gravou um álbum, apesar de, por pelo menos duas vezes, chegar muito perto de assinar contrato com grandes gravadoras. Todavia, suas gravações em fitas K7, duplicadas de forma artesanal, eram muito cobiçadas pelos amigos e fãs.

Com o fim do Sex Fanzine, e após algum tempo se apresentando solo, Lion formou com o baterista Júnior Gaspari (do Sex), o baixista Bolão (Zé Luiz Zambianchi, irmão do cantor Kiko Zambianchi) e o guitarrista Jax Molina, uma nova banda: o Merlim. A banda estreou em outubro de 1998, na casa noturna Popular, numa festa em que lançou seu primeiro EP. Os rapazes seguiram tocando e lançando EPs até que em 2008 lançaram um álbum, A Tempestade, que teve a produção de Kiko Zambianchi. Nesse ponto a banda era formada, além de Lion e Gaspari, pelos guitarristas Guto Domingues e Kike Damaceno. O Merlim suspendeu suas atividades em 2013 no meio das gravações de seu segundo álbum.

Quase que imediatamente, Lion se voltou para o seu atual projeto musical, o Last Aliens in Rio, com a ideia de tentar criar um som diferente, tendo como ponto de partida a Bossa Nova. O álbum de estreia, Teu Doce Jeito de Dizer Adeus, foi lançado em junho de 2015, ficando por várias semanas na lista dos álbuns de Jazz mais vendidos da iTunes Brasil. Teu Doce Jeito de Dizer Adeus teve também boa repercussão internacional, principalmente na Coréia do Sul e no Japão.

O segundo álbum do Last Aliens in Rio, Bossa Nova Hotel, saiu em setembro 2016 pelo selo italiano RNC Music, entrando imediatamente para lista geral das mais vendidas da iTunes Brasil. A base do repertório são as Bossas Novas em compasso 7/8, marca registrada de Lion, como a carioquíssima Onde Tu Tá? – homenagem de Lion ao Rio. Outra Bossa em 7/8, Musa Urbana, permaneceu por vários meses no Jazz e Bossa Top Charts da Coréia do Sul.

Quase todas as músicas dos 3 álbuns foram selecionadas para participar de compilações de Jazz e Lounge Music, lançadas por selos ao redor do mundo, bem como de diversas playlists elaboradas por curadores profissionais; como a Future Hitsdisponibilizada nos aviões da Air France. 

Índia, lançado em 20 de setembro de 2019, é um álbum que veio para consolidar a linguagem musical deste projeto e alcançou uma ótima repercussão, principalmente graças ao sucesso de Índia (Tarde de Sol); incluída, inclusive, na playlist Café Bossa, uma das playlists oficiais do Spotify.

O Sono Dela (2021)primeiro single após o sucesso de Índiapode ser considerada uma ligeira mudança na direção artística do Last Aliens in Rio, que nela experimenta combinar elementos de música eletrônica com sua refinada Bossa Nova. Ainda nesse caminho, um novo single, Pétalas Elétricas (2021) lançado em julho de e Only Love Can Lead Us (2021), uma collab com o artista italiano Max Gabin – lançada mundialmente em setembro de 2021.

Apesar de estar focado em sua carreira musical – inclusive lançando 3 singles, nos últimos meses – O Sono Dela – Acoustique (02/2022) e Pétalas Elétricas – Acoustique (06/2022) e Havana Skies (10/2022) – Felipe Lion não esqueceu a literatura e planeja um retorno. Depois de ter publicado o livro de poemas A Arte da Automutilação (Ateliê Editorial, 2013), Lion vem trabalhando no ensaio filosófico O Estado e a Morte: o direito de matar e morrer; além de um novo livro de poemas.